Cultura do Erro: como usá-la a favor da sua empresa

By 2 de janeiro de 2020 maio 7th, 2020 Planejamento Estratégico
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No mundo dos negócios há uma grande preocupação com o erro. A nossa tendência é valorizar as coisas que deram certo e “varrer para baixo do tapete” as que deram errado. 

Quando falamos de empreendedorismo, geralmente pensamos em decisões acertadas que fazem um negócio crescer, não é?

Mas você já parou pra pensar que os erros também podem ser importantes para o crescimento de uma empresa?

👉 Empreender é implementar novas ideias a um negócio. Empreender é tentar novos caminhos. E isso inclui, é claro, erros e acertos. 

A partir de levantamentos de empreendedores do Brasil e do Exterior no último Festival de Inovação e Cultura Empreendedora (FICE) em São Paulo, a Época Negócios elaborou o plano “20 Ensinamentos para 2020”, que traz o tópico: “Errar não é apenas humano como faz bem à saúde corporativa”.

A partir dessa prospecção para o ano que entra, podemos começar a pensar sobre a importância das falhas nas nossas organizações. Afinal, “É errando que se aprende”, certo?

A importância do Erro

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Segundo pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor, o Brasil chegou a 38% na Taxa de Empreendedorismo Total.

É sempre bom lembrar que ninguém está isento ao erro. Pelo contrário, muitos dos grandes empreendedores esbarraram nele durante a sua trajetória.

Um exemplo da importância dos erros em um empreendimento é o Steve Jobs, dono de uma das marcas mais famosas do mundo, a Apple.

Considerado um dos símbolos da inovação mundial, ele trouxe ideias revolucionárias ao mercado.

Jobs sempre destacou a importância da tentativa, ainda que o sucesso nem sempre estivesse a seu favor. 

A Apple já lançou produtos que foram grandes fracassos, como o console de videogame Pippin que não chegou a vender nem metade dos 100 mil produzidos. 

A saída de Jobs foi ousar, lançando produtos como o iphone, o ipod e o ipad, que nem eram uma demanda do público, mas que depois passaram a ser referência no mercado.

👉 Esse exemplo deixa claro o caráter mais valioso do erro: a possibilidade de inovar, ousar e experimentar.

“Você tem de agir. E você tem que estar disposto a fracassar… Se você tem medo de fracassar, não irá muito longe.” (Steve Jobs)

 

3 tipos de Erro:

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De acordo com o relatório Doing Business do Banco Mundial, entre 2018 e 2019, o Brasil despencou quinze posições no ranking dos lugares mais fáceis para se fazer negócios.

É claro que os erros são de alguma forma prejudiciais a uma empresa, por isso é importante analisar cuidadosamente cada um deles e os seus efeitos.

Podemos citar aqui pelo menos três tipos de erro: os evitáveis, os inevitáveis em questões complexas e os considerados inteligentes.

 

Erro evitável:

Os erros evitáveis geralmente são os considerados “ruins”.

É comum ocorrerem em processos rotineiros e de alto volume. Eles envolvem desvios, desatenção ou incapacidade.

Tais erros podem ser facilmente identificados e corrigidos. Podem também ser prevenidos com treinamentos e apoio.

 

Erro inevitável em uma situação complexa:

Um grande número dos erros em uma instituição também está ligado à falta de conhecimento em uma atividade.

Em situações inéditas, complexas e imprevisíveis, por mais que seja possível evitar erros sérios, dificilmente conseguiremos resolvê-los sem pequenas falhas. 

E está tudo bem com isso, esses erros servirão de aprendizado.

 

Erro Inteligente:

Esse tipo de erro pode ser até considerado “bom”.

Eles ocorrem quando não é possível saber a resposta de antemão e você precisa arriscar.

O professor de administração da Duke University chama esses erros de inteligentes porque eles geram conhecimentos valiosos que ajudam a organização a dar um passo à frente da concorrência. 

Um ótimo motivo para fazer um Benchmarking é aprender com os erros inteligentes de outras organizações.

Criar um negócio radicalmente novo ou projetar um produto inovador e testar a reação do público em um novo mercado são exemplos de tarefas que exigem erros inteligentes. 

👉 Um belo exemplo já citado aqui é a criação dos ipods, iphones e ipads da Apple.

 

Como lidar com o Erro:

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Uma frase muito usada em startups de tecnologia é: “Erre rápido, aprenda rápido, corrija rápido“. Mais importante do que não errar é ser rápido na correção e na retomada dos planos.

É muito importante para uma empresa tolerar erros inevitáveis e inteligentes. 

Isso não vai torná-la medíocre, pelo contrário, vai gerar conhecimento e experiência.

Detecte e analise o erro 

O primeiro passo é localizar o erro de forma rápida antes que ele cresça. A detecção de pequenas falhas ajudam a evitar erros catastróficos.

Uma boa e simples dica é ouvir a opinião dos clientes porque o olhar de um outro ponto de vista traz à tona falhas de rotina que nem passam pelo conhecimento da empresa.

Detectando a falha, é fundamental ir além das causas óbvias, buscando sempre entender a raiz do problema.

Examinar um erro não é tarefa agradável e pode causar algum desânimo, mas a função do gestor é garantir que a organização não siga em frente sem analisar as lições contidas em cada situação. 

Erros complexos, por exemplo, geralmente são resultados de um conjunto de pequenas falhas que passaram despercebidas em vários departamentos da organização. 

Para entender o problema e evitar que ele ocorra novamente, é necessário uma análise detalhada e, de preferência, em equipe.

Cuidado! Temos uma forte tendência a atribuir a culpa de um erro a uma pessoa quando na verdade ele pode ter sido causado por fatores externos.

O inverso também acontece, quando avaliamos os erros minimizando a nossa responsabilidade e culpando fatores externos.

 

Evite apontar culpados

Em alguma situações é preferível optar pela segurança psicológica dos colaboradores da sua empresa.

Isso pode gerar preocupações sobre o desempenho dos funcionários: se não pagam pelos erros que cometem, eles vão continuar se esforçando para dar o melhor de si?

Mas é importante lembrar que um ambiente que gera medo inibe a criatividade e acaba limitando as iniciativas dos seus funcionários.

Por isso, é preciso analisar os tipos de erro e a partir disso ponderar as reações. 

Além disso, a reação de um chefe a um erro pode também inibir os funcionários a contar falhas cometidas que podem crescer e virar grandes “bolas de neve”.

 

Crie uma cultura de aprendizado na sua empresa 

“Você pode apontar o erro como uma besteira a ser esquecida, ou como um resultado que aponta uma nova direção.”  (Steve Jobs)

O gestor deve criar um ambiente onde as pessoas se sintam confiantes para expor erros e aprender com eles.

É mais importante que a organização entenda o que ocorreu do que quem foi o culpado. 

Como já dissemos, um ambiente onde as pessoas se sentem à vontade fomenta a criatividade e é propício às ideias inovadoras. 

A empresa que detecta, corrige e aprende com o erro o quanto antes cresce mais do que as outras que ficam presas procurando culpados.

 

Como começar a Cultura do Erro na minha empresa?

Implementar a cultura do erro pressupõe coragem para arriscar.

A dica da Amplic é que você comece mudando pequenas atitudes diárias.

Seus colaboradores se sentem à vontade na sua empresa? Talvez seja preciso definir melhor uma cultura organizacional. 

No nosso post sobre a cultura da organização você consegue entender porque ela é tão importante para a sua empresa e quais as formas de implementá-la.

 

SABER MAIS SOBRE CULTURA ORGANIZACIONAL

 

Além desse artigo, no blog da Amplic você encontra muitas outras dicas que podem facilitar e ajudar na sua gestão. Dá uma olhada:

Para se aprofundar mais sobre a Cultura do Erro, indicamos o livro A Startup Enxuta, ele traz alguns cases bem interessantes para inspiração.

Se tiver alguma dúvida ou sugestão, é só mandar pra gente!

Um abraço e até a próxima!

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